sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Porquê Marcelo? (II)


(Antes de ler este post sugiro-lhe a leitura de Porquê Marcelo - Nota Introdutória)



Tenho 19 anos e considero-me uma jovem. Na minha opinião, não podemos seguir lunaticamente alguém só por pertencer a uma faixa etária inferior à habitual no partido. Pode parecer muito inovador, mas no fundo é só embalagem. Não é a presença de um líder mais jovem que determina a relação com a juventude. Aliás, um líder mais jovem poderá favorecer a juventude, mas não é só esta a realidade presente no nosso país e um líder menos jovem já terá passado pela juventude conseguindo simultaneamente fazer uma ponte entre a população menos jovem e a mais jovem.

Não é que não reconheça valor e mérito ao Dr. Passos Coelho, mas acho que ainda deverá amadurecer mais e apresentar algo mais concreto, mais objectivo, não só para o partido como para o país. Lamento, mas a privatização da CGD, o apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e uma redução de impostos, não são suficientes.

Por outro lado não consigo entender porque é que num cenário em que era essencial a unidade, tantas críticas foram feitas à nossa actual líder. Entendo que devamos ser críticos quando necessário, mas há momentos em que a união é essencial e isso é uma coisa que nos falha ao contrário ao que assistimos no Partido Socialista.


Aponto já críticas ao meu discurso.


No que toca ao argumento do casamento entre homossexuais, preocupo-me quando me parece querer-se afastar a ala mais conservadora com ideias de casamentos entre homossexuais (não por adoptar uma posição contra, mas por não achar que seja uma bandeira que devamos andar a promover ou a rejeitar). E se apontam como crítica que a não tomada de posição só é pior, defendo-me que esta implica respeitar as várias tendências que encontramos no partido. Quanto à base social de apoio, se esta decresceu é porque nós não soubemos fazer campanhas condignas. E para isso julgo que o Prof. tem todas as condições para se rodear das figuras certas, desenvolver um bom programa e unir um partido tão multifacetado como o nosso.


Quanto à ausência de ideias e propostas da parte de Marcelo, é perfeitamente legítimo que o condenem. Mas lembrem-se que até agora Marcelo recusou-se a avançar com uma candidatura, não tendo portanto o dever de apresentar ideias concretas para o caminho que desejará delinear.



De qualquer forma, acho que precisamos dum líder forte, que crie consenso e evite as constantes guerrilhas internas a que assistimos no PSD de hoje. Que nos ligue ao PPD de Sá Carneiro e que ainda assim consiga perceber o que a sociedade necessita e ligando-se à juventude, coisa que duvido que seja um problema de Marcelo.

Parece-me que Marcelo Rebelo de Sousa será o melhor a ligar-se ao PSD de ontem, o de hoje e o de amanhã, rodeando-se de modo a adaptar-nos às exigências da sociedade. Não podemos alienar o PSD das suas fontes, daqueles que delinearam o seu caminho no passado e no presente, nem rejeitar as ideias daqueles que querem projectar o futuro.

Não entendo também porque se ouvem vozes críticas com o argumento “mais do mesmo”. Se acham que o problema está no líder desenganem-se. O problema está na própria essência do partido, no modo como fazemos as coisas. O mesmo é seguirmos um candidato só porque é jovem e tem uma cara bonita, que funciona com o eleitorado como se viu com José Sócrates mas que poderá não trazer novidades e projectos úteis ao país.



Algo muito importante a atingir é o eleitor indeciso. O PSD vive também de eleições e da credibilidade que promove junto ao eleitor. A credibilidade de Marcelo Rebelo de Sousa é inoponível e estou certa que reúne apoiantes não só no seio do PSD, como entre os simpatizantes e não simpatizantes.


É por isto que apelo a ideias, a propostas, à candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa. E não sou só eu. É Rangel, é Arnaut, é Alexandre Relvas. E não é por os outros o apoiarem que decidi juntar-me a este movimento. É por entender que mais que uma luta entre “o velho PSD” e a juventude, deve ser um projecto de unificação e a vontade de dar algum sentido ao partido e ao país.

3 comentários:

  1. Excelente Essi. Muito bom. Se eu estivesse na dúvida entre quem apoiar, estava desde já convencido.

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  2. Como disse, "se estivesse na dúvida...", mas não estou. O meu apoio está há muito decidido. ;)

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